Seja Bem Vindo!

Você já pensou em tudo que fez hoje? Levantou cedo, foi ao trabalho, utilizou o transporte público, passou no supermercado e voltou para casa. Quantos idosos cruzaram o seu caminho? Não sabe responder? Talvez seja porque você ainda não tenha reparado, mas eles estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. A tendência é que o número de vovôs e vovós só aumente. Segundo o IBGE, em 20 anos o Brasil terá mais de 30 milhões de idosos.

A possibilidade de que você pode ser, se não um idoso que necessite de cuidados, um cuidador que irá zelar pelo bem estar de alguém já passou pela sua cabeça?

Seja qual for a resposta, damos boas vindas ao blog Cuidadores de Idosos! Espaço para reflexão do tema e compartilhamento de ideias e experiências.

Cuidadores, familiares, profissionais da saúde, idosos... Estão todos convidados a darem sua contribuição. Entrem e colaborem com informações, histórias, pensamentos! Desde já agradecemos sua participação!

Equipe do Blog Cuidadores de Idosos - Aline Braz, Bianca Daga, Camilla Valadão, Nathalia Nonato, Nayara Fernandes e Suellen Mota.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Projeto prevê auxílio aos familiares que cuidam de idosos

Por Suellen Mota

Projeto de Lei do senador Jefferson Praia (PDT-AM) prevê ajuda financeira às famílias que mantiverem aos seus cuidados um idoso com 70 anos ou mais. A ideia é garantir o bem estar do idoso.

Segundo a Proposta (PLS 236/10), para ter direito ao benefício, a família deverá ter uma renda per capita mensal de até um salário mínimo. O Projeto está aguardando relator na CDH - Comissão de Direitos Humanos para ser votado.

Confira a reportagem completa em:
http://www.senado.gov.br/noticias/verNoticia.aspx?codNoticia=104412&codAplicativo=2

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Palestra sobre o Estatuto do Idoso em Santo André

O CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) da Vila Luzita, em Santo André, realiza na próxima segunda (13) e sexta-feira (17), das 14h às 15h30, palestra gratuita sobre o Estatuto do Idoso. O objetivo é explicar e tirar dúvidas dos participantes sobre a legislação. Além disso, procuradores do município esclarecerão idosos e familiares sobre abandono, maus tratos, violência, plano de saúde e muito mais.   

ONDE - CRAS Vila Luzita (Estrada do Pedroso, 236, tel.: 4457-8527). A participação é livre e não é preciso fazer inscrição.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

4º Dia do Cuidador é comemorado em São Paulo




Em 5 de abril de 2007, o projeto de lei Nº 736/05 do vereador Ushitaro Kamia – DEM se transformou na lei Nº 14.336 que instituiu o Dia do Cuidador Voluntário no âmbito do município de São Paulo, comemorado anualmente no dia 26 de agosto.

O 4º Dia do Cuidador foi celebrado, este ano, no último dia 28 no salão nobre da Câmara Municipal de São Paulo. O evento teve início às 9 horas e foi aberto com um café da manhã oferecido aos participantes.

O vereador Ushitaro Kamia abriu o ciclo de palestras homenageando os cuidadores. “O cuidador é o anjo da guarda daqueles que necessitam de acompanhamento nas atividades diárias”, disse o político do Democratas.


O vereador Ushitaro Kamia abre o ciclo de palestras

O diretor da Associação Brasileira de Gerontologia, Henrique Salmazo da Silva expôs o tema “Gerontologia, Novas perspectivas do envelhecimento, Doenças raras e Carreira” dando espaço aos presentes para manifestarem opiniões e dúvidas.


O diretor da ABG, Henrique Salmazo

Em seguida, Maria Helena Silveira do curso de gerontologia da USP falou sobre “Cuidados Paliativos” e o papel do cuidador nessa especificidade. “Precisamos cuidar de nós para podermos cuidar. Se hoje eu estou cuidando, amanhã pode ser que eu esteja sendo cuidada”, falou a palestrante.


Maria Helena Silveira do curso de gerontologia da USP

“A importância do riso na qualidade de vida” foi a 3ª palestra do evento, ministrada pela mestre em gerontologia pela Universidade Católica de Brasília Heliana Guedes. A gerontóloga enfatizou o bom envelhecimento e a qualidade de vida do cuidador por meio de dinâmicas com o público.

“O agricultor lança a semente na terra. O cuidador lança a semente no coração das pessoas. É um trabalho feito de coração porque ele doa seu carinho, amor, escuta”, afirmou Guedes.


A mestre em gerontologia pela UCB Heliana Guedes



A psicóloga e vice-presidente da Associação Brasil Parkinson Clara Nakagawa encerrou o ciclo com a palestra “Superando crises: A capacidade humana de transformar a dor moral em ação social”. Destacou a importância do autocuidado e do próprio trabalho do cuidador. “Vocês não poderão viver mais no anonimato”, finalizou Nakagawa.

A psicóloga e vice-presidente da ABP Clara Nakagawa




Visita a um centro-dia do Idoso

Por Camilla Valadão

Conheci a Associação dos Familiares e Amigos dos Idosos em uma quarta-feira, por volta das 9 horas. No quintal da casa, alguns idosos estavam sentados em cadeiras, lendo revistas, ouvindo música e aproveitando o sol da manhã.

A AFAI é um centro dia privado no Planalto Paulista em São Paulo que recebe idosos fragilizados e oferece cuidados e convivência das 07h00 às 18h00 de segunda à sexta-feira.

O principal objetivo da associação é ser uma alternativa ao asilamento do idoso que apresenta indícios de demência promovendo a mínima manutenção do convívio entre o idoso e sua própria família.

Sentei ao lado de uma japonesa de 83 anos de idade. “Eu era jovem, agora estou velha. Tenho quase 90 anos, já. Vim do Japão muito nova, com sete anos. Depois que meu marido faleceu fiquei muito só. Meus filhos me trazem para cá de manhã e voltam à tarde para me buscar. Um deles sempre dorme lá em casa, porque não gostam de me deixar sozinha”, ela contou.

Perguntei se ela gostava de freqüentar o centro e a resposta foi sim. Não se sentia só lá porque tinha a companhia das outras senhoras e das cuidadoras.

“Eu vim para o Brasil muito nova, tinha sete anos. Depois que meu marido faleceu me senti muito sozinha. Aí meus filhos me trazem para cá e voltam à tarde para me buscar...” ela voltou a dizer.

Um grupo de cuidadoras promove atividades lúdicas e assiste às necessidades dos idosos durante o dia, além de os acompanharem em atividades externas como passeios em parques. O perfil desse cuidador não é aquele que exige conhecimentos técnicos, mas, principalmente, condições de empatia pelo idoso. O treinamento é oferecido na própria prática.

A associação também conta com os serviços de profissionais da saúde para o atendimento dos idosos como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. O local atende 25% das exigências de acessibilidade da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Barras de apoio são visíveis nos corredores, banheiro e quintal para garantir maior segurança na locomoção dos idosos.

Voltei ao quintal para me despedir. O meio-círculo das cadeiras, agora, era uma linha reta e todos olhavam atentamente para o cavalete com grandes folhas brancas. Duas cuidadoras perguntavam: “Qual a próxima letra? Não tem D”. Era o jogo da forca. As cuidadoras escolhiam as palavras do dicionário. Aquela era uranografia. Significa descrição do céu. Eu não sabia.

Entrada da Associação dos Familiares e Amigos dos Idosos

Zélia não tem Zélia na certidão e nem no RG, mas é Zélia!


Por Camilla Valadão

Maria Holanda Pereira de Carvalho é cearense. Mãe de quatro filhos, todos também nascidos no estado do nordeste brasileiro. Veio para São Paulo em busca de melhores condições de vida para a família, e aqui ficou.

Maria Holanda, na verdade, é conhecida por Zélia. Nome que foi esquecido de ser registrado no cartório. Viria após o ‘Maria’. Ironia ou não do destino, a chamam apenas de Zélia. Eu a chamo de “Vó Zélia”.

Vó Zélia tem hoje 79 anos. Serão 80 no último dia do ano. É uma de tantas outras pessoas que envelhecem e enfrentam todas as boas e más coisas desse período da vida. A catarata lhe diminui a visão aos poucos. O diabetes não permite que ela tenha um dos seus grandes prazeres: os doces. Passou por uma fase de grandes dores na perna em que se locomovia com muita dificuldade.

Mas tudo isso pareceria pequeno diante do que estava por vir: um câncer no intestino. A doença foi o início de uma luta diária pela sobrevivência. Em 11 de fevereiro de 2009, Zélia foi submetida a uma cirurgia para a retirada do tumor. Com ele também foi extraído um pedaço do intestino. Menos de uma semana depois, uma infecção nos pontos a levou novamente para a sala de cirurgia. Uma bolsa para os dejetos foi colocada próximo ao intestino, na tentativa de evitar novas infecções. Em agosto daquele ano, Vó Zélia seguiu para a terceira cirurgia para a retirada da bolsa e reconstituição do órgão afetado pelo câncer.

Quando a saúde começa a se estabilizar, surge um novo empecilho. Uma hérnia na barriga é o motivo de mais uma cirurgia em janeiro de 2010. Alguns pontos externos não agüentaram e se romperam, ocasionando uma infecção no final de março e início de abril. Mais uma cirurgia foi realizada para a abertura de todos os pontos e limpeza da área que estava infeccionada. No período de recuperação dessa nova cirurgia, uma hipoglicemia levou Zélia para a UTI. Após o controle da baixa da diabete e a volta para o quarto de hospital, seriam mais dois meses de estadia para a recuperação completa. Vó Zélia voltou para casa no final de maio e início de julho deste ano.

Em menos de dois anos, 5 cirurgias e muitas idas e vindas do hospital. Para uma senhora idosa de 79 anos, ou a saúde é, realmente, de ferro (com alguns trechos mais ‘maleáveis’, é verdade); ou a vontade de não ceder ao ponto final é muito maior. Zélia não é mais uma garota. Ela é a Vó Zélia que tenta continuar firme.

Apesar da força, foram inevitáveis alguns momentos de depressão. O descrédito de que era possível sair bem de mais uma cirurgia e a desesperança, muitas vezes, falaram mais alto por meio da voz embargada, olhos marejados e choros sentidos. Dona Zélia não sofreu sozinha. A família sofria junto.

Todas as debilitações da avó que costumava tingir o cabelo, mas acabou deixando os fios brancos responsáveis pelo novo visual, exigiram muitos cuidados. Troca de fraldas, limpeza dos pontos e curativos, apoio para a locomoção, administração dos horários e doses de remédios, acompanhamento em consultas médicas e nos períodos de internação, dieta balanceada, [...].

A filha mais velha da cearense, Zeli, ganharia um outro papel além do de primogênita. O papel de cuidadora. Zeli, de quase 60 anos, é a cuidadora principal da mãe, dona Zélia. Ela não escolheu o cargo, mas foi escolhida. A seleção natural se deu, basicamente, por uma questão: dos 4 filhos, Zeli é a única que mora com a mãe, na Zona Leste de São Paulo. Ela, a mãe, três filhos e um neto moram juntos em Sapopemba. Além disso, é dona de casa. Zelinda voltou para o Ceará com o marido e as duas filhas. Zenilda e Orlando moram na Zona Sul, cada um com suas respectivas famílias. Ela é micro-empresária, ele é analista de sistema de banco.

Zeli, aos poucos, foi deixando de se encontrar com os amigos para tomar uma cerveja ou para dançar. Os trabalhos com os cuidados da casa e da mãe doente foram preenchendo todo o tempo. Reconhece que é uma tarefa difícil cuidar da mãe idosa por ela ter um gênio forte e, dificilmente, ficar satisfeita.

Nas épocas em que a Vó Zélia ficava no hospital, Zeli era a principal acompanhante que, por sua vez, era acompanhada por uma pilha de livros. Lia por prazer e para passar o tempo. Além disso, auxiliava os enfermeiros nos cuidados com a mãe e aprendia todo o processo de limpar e trocar os curativos, para conseguir fazer sozinha em casa. Os dois meses seguidos que Zélia ficou no hospital, também a filha fez de lá, a sua casa. Na tentativa de não sobrecarregá-la, os irmãos (Zenilda e Orlando) se revezavam em alguns finais de semana (quando não trabalhavam) para a cuidadora principal voltar para casa, descansar e matar as saudades dos filhos e do neto. A filha mais velha de Zeli, Sandra, ficou no lugar da mãe no hospital por uma semana inteira. Percebeu como era difícil ficar lá. “O tempo não passa”, dizia.

Na casa de Sapopemba, as tarefas tiveram de ser reorganizadas. Zeli não estava para tomar conta dos afazeres domésticos. Os filhos é que tiveram de cozinhar, lavar roupa, limpar a casa. Saíram-se bem no desafio.

Cuidar do ente idoso não é fácil. Não é fácil para a avó que sempre foi independente e trabalhadora. A verdadeira administradora de seu próprio lar e família, que, agora, tem de aprender a depender de outros. Não é fácil para a cuidadora que abriu mão de grande parte de sua vida sem ter escolhido por isso. Os desgastes físico e psicológico existem e são visíveis no cansaço e em algumas lágrimas, hora ou outra. Não é fácil para a família que também arca com os gastos financeiros, os revezamentos de cuidados e o emocional abalado por constatar os momentos de fragilidade e risco de morte de um parente.

Sou uma neta. Tive minha avó, muitas vezes, hospedada em casa. A ajudava a levantar para ir ao banheiro, a encontrar a posição mais confortável na cama, a pingar o colírio. Acompanhei seu sono uma noite no hospital. Escutei meu nome de madrugada. Fomos ao banheiro. Passei outro dia em sua companhia no mesmo hospital, mas o quarto já era outro. Arrumava a bandeja do almoço e depois do café da tarde. Limpei algumas lágrimas que corriam pelo rosto dela. Saudades de casa, dos netos e bisneto. Alisava os cabelos brancos. “Vai ficar tudo bem, Vó”.

Cuidar de um idoso pode não ser fácil, mas é o nosso idoso! É a nossa mãe! É a nossa avó! E enfrentamos tudo com uma palavra, que é um sentimento, que é uma razão. Amor.


Maria Holanda Pereira de Carvalho, a Vó Zélia

sábado, 28 de agosto de 2010

Geriatra dá dicas sobre como diminuir o risco de acidentes domésticos

Como comentado no último post, o número de idosos entre a população brasileira está aumentando. Por isso, além da necessidade cada vez maior de um cuidador, outra preocupação comum dentro de casa é o cuidado que devemos ter para evitar que eles caiam e se machuquem.

A edição deste sábado do Jornal Hoje acompanhou a visita de um geriatra à casa de um casal de idosos. O profissional apontou, desde a entrada na residência, o que pode ser feito para dominuir o risco de acidentes domésticos.

Confira a reportagem completa em:

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Cuidadores de Idosos com carteira assinada

O crescimento da população idosa no Brasil, que hoje está por volta de 20 milhões, somado ao aumento da expectativa de vida do brasileiro, que deverá alcançar 77,08 anos em 2020/2025, torna cada vez mais necessária a presença de pessoas que ajudem esses idosos a enfrentarem as dificuldades comuns da velhice.

Mas vocês têm ideia de quantos cuidadores de idosos com carteira assinada já atuam no Brasil? Não? De acordo com a estimativa do presidente da Associação dos Cuidadores de Idosos de Minas Gerais (a primeira entidade relacionada ao tema no Brasil), Jorge Roberto Afonso de Souza Silva, o número de cuidadores de idosos em todo País chega a 200 mil. Saiba mais.

Fonte/Crédito: Lyvia Justino – Blog do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego.