Conheci a Associação dos Familiares e Amigos dos Idosos em uma quarta-feira, por volta das 9 horas. No quintal da casa, alguns idosos estavam sentados em cadeiras, lendo revistas, ouvindo música e aproveitando o sol da manhã.
A AFAI é um centro dia privado no Planalto Paulista em São Paulo que recebe idosos fragilizados e oferece cuidados e convivência das 07h00 às 18h00 de segunda à sexta-feira.
O principal objetivo da associação é ser uma alternativa ao asilamento do idoso que apresenta indícios de demência promovendo a mínima manutenção do convívio entre o idoso e sua própria família.
Sentei ao lado de uma japonesa de 83 anos de idade. “Eu era jovem, agora estou velha. Tenho quase 90 anos, já. Vim do Japão muito nova, com sete anos. Depois que meu marido faleceu fiquei muito só. Meus filhos me trazem para cá de manhã e voltam à tarde para me buscar. Um deles sempre dorme lá em casa, porque não gostam de me deixar sozinha”, ela contou.
Perguntei se ela gostava de freqüentar o centro e a resposta foi sim. Não se sentia só lá porque tinha a companhia das outras senhoras e das cuidadoras.
“Eu vim para o Brasil muito nova, tinha sete anos. Depois que meu marido faleceu me senti muito sozinha. Aí meus filhos me trazem para cá e voltam à tarde para me buscar...” ela voltou a dizer.
Um grupo de cuidadoras promove atividades lúdicas e assiste às necessidades dos idosos durante o dia, além de os acompanharem em atividades externas como passeios em parques. O perfil desse cuidador não é aquele que exige conhecimentos técnicos, mas, principalmente, condições de empatia pelo idoso. O treinamento é oferecido na própria prática.
A associação também conta com os serviços de profissionais da saúde para o atendimento dos idosos como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. O local atende 25% das exigências de acessibilidade da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Barras de apoio são visíveis nos corredores, banheiro e quintal para garantir maior segurança na locomoção dos idosos.
Voltei ao quintal para me despedir. O meio-círculo das cadeiras, agora, era uma linha reta e todos olhavam atentamente para o cavalete com grandes folhas brancas. Duas cuidadoras perguntavam: “Qual a próxima letra? Não tem D”. Era o jogo da forca. As cuidadoras escolhiam as palavras do dicionário. Aquela era uranografia. Significa descrição do céu. Eu não sabia.
Entrada da Associação dos Familiares e Amigos dos Idosos |
com faço para visitar o centro?
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